sábado, 23 de julho de 2011

é como se ela dissesse só até aqui, só até aqui, e eles nunca entendessem. seu avalanche de palavras ia se constituindo num muro de imperfeita defesa, porque ela se desmanchava logo em seguida, e somente o silêncio, e somente ele, apossibilidade real de se reencontrar, na reconstituição de verdadeiras palavras, e alí talvez, poderia de fato, provar para sí que tinha algo de de duro dentro de sí, alguma resistência, um poder, uma eficácia. sabe apenas que era assi porque tinha aprendido somente o servir e dizer um sim, mesmo não convicto, sendo que o não se estabelecia como um desacato a este outro sim, que preferam sempre ouvir, à revelia de sua verdade. e assim, só sentia ser possível fazer o mesmo papel, repetindo para sí sob outras formas muito mais desconfortáveis a eterna menina boazinha, um pouco confusa, mas interessante, algo inteligente,eles diriam. mamãe , odeio sua subserviência aos homens, e eu odeio papai, a forma como você me ensinou sem dizer palavra nenhuma aquilo tudo que eu não quero. estive a pensar que não houveram amores em minha vida, mas casos e relações, relacionamentos furtivos que eles queriam, o que é frustrante sem dúvida. eu ainda agora a esperar outro porque não consigo dizer o tal não. mas vou dizer, de outra forma, desta vez ficarei calada. acharei graça do seu rosto que não me agrada, mentirei um pouco mais, e mesmo confusa, ficarei aliviada quando ele se for.sentindo de fato melhor duvidar disto tudo, e continuar e remediar, até quando for possível.escrevo essas coisas assim, espero, para nÃo ser lida.

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