domingo, 20 de junho de 2010

feliz aniversário

saí sem rumo pelas ruas e com demora me enconstei mais na árvore, sentindo a pele, o sono e na crença de que alí ficava o tanto preciso, e não mais antes da hora. queria perder-me no tempo existir na memória mais funda que pudesse, uma memória sem história alguma, ancestral, feita de folhas secas, de funcionários varrendo a terra, de pessoas paradas num banco, de mães a se sentarem com seus filhos. não sei nem entendo das urgências e pressas que me obrigam, umas poucas que me destituíram por fim de mim, ela que como eu, já se sabe perdedora do tempo mais concreto.

me perdoem os desanimos, mas a cad dia menos minha vida toma menos forma, ela ao contrário se desfaz, e como se eu ainda assim tivesse que me desculpar por não ser quem eu teria sido por direito e dever ser. então me mato a cada instante, deixo mesmo estar, digo não me importo.

agradeço a festa mas meus sorrisos me doem de tão falsos, pois eu vejo quem se encaminha e me vejo ainda observando os outros, irmãos, pais, amigos, filhos, eu numa miséria insuportável de mim mesma, pedindo , pedindo,não posso mais, continuo ainda e isso me doe ainda mais.

porque me impus a impossibilidade de dizer basta, como se a mim não fosse permitido, e olho feito bichinho de jaula a diversão dos outros a viverem, viajarem,e o fato de eu estar velha a ohar me lembrando de eu mesma menina a olhar também e de pensar umdia eu vou e de duvidar, pois parece que a felicidade eramais direito dos outros mesmo. e assim fui me escondendo pela vida, usando de momentos que não em pertenciam que agora me esvaziam, pois eu mesma, eu de verdade não era eu e nunca parece ser aquela que toma seus rumos, não me considero digna de viagens na quais que possa ser a personagem principal. e então esse desãnimo insistente, já faz com que te olhem sem muito querer, olham porque esperam que outros venham de um lado quaquer e te interrompam, para que não possam se dar conta daquela alí, que não foi longe e que não vai longe, mas que aqui está.

não tenho na verdade mais obrigação alguma.meus últimos aniversários foram tão tristonhos que preferia não mais perceber que era eu quem deveria ter a tarefa de torná-los homenagens a mim mesma. e que não tenho coragem e de acomodada que sou, me entrego a uma inércia, a aceitar a visista de mãe ou parentes a ligar com tempo ajustado para a ocasião, esses que não te acompanham mas que se sentem como se.
talvez a obrigação mais certeira fosse cultivar meu canto, e fazer um jardim. mas por saber-me destituída da vontade, ainda faço uso do recurso do abandono de mim como justificativa última de uma autocomiseração sofrida e cultivada dia a dia.

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