sexta-feira, 16 de setembro de 2011

só sei que nada sei. sócrates

Pode ser que eu não queira, ou que queira demais. tenho um medo disso, daquilo que não sei. um medo enorme descomunal, do próprio tamanho da minha grandeza, se ela existir.. temos medo da nossa luz, e não da nossa escuridão...já sei. terapia, eu sei também, tudo é relativo hoje e sempre. e já faço, há dez anos ou mais, quanto mais tempo melhor e pior, também, sabe porque? porque ela me faz digerir a vida mas me deixa desistir dela também. amém. o que quero aqui? porque escrevo? para quem? vergonha de estar perdendo tempo assim. como ganhar a vida? abandonar-se de vez, e como, quem cuidaria de mim? deus...uma idéía remota, disso tudo distante, quem paga as contas sou eu... quem apaga as luzes sou eu...se ele me traz algum alento é principalmente agora, quando tudo já se perdeu....vou renunciar a ele, pequeno amor, e viver o grande Amor de verdade, se ele existir. De qualquer forma, perdí o chão, perdi o lugar, um lugar de acontecer, eu sonho a vida e já faz tempo que as horas passam. e tudo fica, meio jornal lido, as notícias já são velhas quando escritas, já passou, já passou... e então eu páro. na aiula de música aonde acontece. Sonho com musicas que não canto e me desando tranquila, pacata, as vezes tensa, agitada, nesse querer não sei o quê, como se tudo precisasse saber, um desencanto e talvez, sim, a preferência por ficar na janela vendo a vida passar, porque a espera pode ser boa também, como se tivesse todo o tempo do mundo à disposição de mim. e eu tenho sim. ou não? Então eu vejo pessoas crescerem, amigos se desenvolverem e fazerem seus trabalhos, e eu pareço me acostumar a desistir de mim, sei somente o que é o ficar entre escombros vendo o que sobrou, guardar um saber a memória de tudo, enfim.como lavar as camisetas embaixo e eu vou obedecer, mesmo antes de apodrecer, então calcinhas sempre na mão, roupas escuras alí, claras aqui...e vou atrás, minha casinha pegou fogo quando eu era jovem e eu nem percebi...porque estava longe, em outra, e hoje tudo faz tanto sentido. eu olhando reflexo da piscina, por entre as persianas dos quartos grandes, uma casa destruída pelo fogo, depois tios arquitetos, uma casa do pai caindo, entre escombros, a casa das férias, a ilha distante, umidade, e secura aqui, posso pintar sim, algumas paredes, uma porta, tudo pára no meio... Como seria eu parceira de alguém assim? Quem nao me quer, mal bem me quer….está errado isso? ecrever para mim? para dois ou três? faço alguma diferenca? não vou mais parar agora, digoisso enquanto sei que páro às nove em ponto. vou me desintegrar de tanto escrever, umas doze mil palavras até que todo o caldo saia. e de tarde vou olhar para outras paredes. nem banho tomei. invento comromissos para mim. e foi sempre assim, desde o início até o fim. minha madrinha está incomunicável há anos, enfermeiras cuidam daquele ser que restou, ninguem sabe por onde anda. antes, vivia num inferno assim, entre aulas e afazeres, se sobrecarregava de si, até que depois cansou. teve um anerisma para facilitar. agora só olha e não diz mais nada. passou, já passou. não está masi aqui. como se desiste de desistir de verdade ? será que de verdade eu existo? 09:00 ponto fim.

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