quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
na casa da minha mãe
na casa da minha mãe não existiam flores. cresciam plantas, mas não frutificavam ou floresciam jamais. mesmo as da minha avó, que com gosto de dar ainda um pouco de paciência e esperança de ver brotar alí algum sinal de vida, somente sobreviviam por algum tempo, no início floridas, viçosas, passando por ainda verdes, até que não resistiam e murchavam, amareladas até que finalmente secavam. Os cuidados até existiam, como molhar pouco todas os dias, enfim as instrucões sabidas, mas talvez o sol direto, ou a cisma da minha mãe de que nada mais cresceria alí naquele lugar, nem a flor de maio, que ela antes via florir em outros lugares, mesmo sem seus cuidados, a flor de maio, planta de fácil cultivo, quase um cactus que sobrevive por si sê, pouca ou nenhuma água, mesmo em tempos secos assim, pois nem mesmo ele se abria nas flores de maio ou em mês algum. estranha no entanto era a proliferação de papéis e jornais acumulados, de potes vazios, de sacos plásticos guardados, misturados a um vazio seco, monótono quase depressivo. E assim udo ali passava sem olhares dos outros, os potes empilhados, a rede e os quadros por pendurar, a visionária horat que jamais existiria, a irmã que também nunca viria lhe fazer o jardim, pois se afundava em seus mergulhos de tempos e tempos e qunado deles saia já mais se importava, tendo perdido a noção dos dias, o que importava aos outros, e aqui poucos a frequentavam, desde que cheguei senti uma leve opressão no peito dela, e que não me dizia respeito, pouco se falava e se fazia, num desânimo torto de saber que ali nem mesmo a alegria ou qualquer outra coisa crescia. e hoje foi um dia como os outros, depois de dormir, eu na casa da minha mãe, tomo um banho, o café da manhã e me vou para a escola, sozinho, a escutar alguns passarinhos pelo caminho.
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