quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
eu,ainda
mas não foi assim que aconteceu. só por uns intantes, ela se permitiu se lembrar a que veio, então se sentou na forma arredondada e sentiu os pés acariciados pela textura entre lisa e rugosa da pedra. mas isso foi depois. depois do tédio a suportar, depois do horário a cumprir, e do querer nada fazer daquilo mesmo que fazia. e nada mais faz sentido, pois as ordens são todas e cada vez mais absurdas para ela e não há clima algum que justifique esta sua existência. então pareciam poucos os momentos em que ela era de fato, ela mesma algo como um ser mutante, pedra, planta, vento, pedra de novo, terra úmida, chuva que não vinha, calor seco, vento morno. os pés descalços e por poucos instantes, esquecer do que tinha a fazer, talvez parar o tempo conometrado por afazeres e por fim nada fazer. foi o que pensou, ali no ponto de ônibus, que de tanto esperar se deu conta de que fazia da espera o ato da sua existência. mas não esperava mais nada além de recobrar um pouco da lucidez e simplicidade da infância , quando escutou em algum canto de si mesma as coisas todas que importavam na vida e que agora pareciam um sonho distante, ela, gente grande dimimuida, que tinha por isso o peito comprimido e o coração assustado descompassando a toda hora como agora, porque não era esse o plano, afinal, para a sua vida, ela pensava. e se lendo o jornal tinha planos de se salvar numa viagem a cidades latinas, se buenos aires lhe chamava, aqui ela tinha seus planos irrealizaos por uma rotina morna e cansativa e que ela devia afinal, agradecer, pois finalmente e mais uma vez, ela tinha um emprego. então se arrependia por suas dúvidas e hesitações pelo caminho e num martírio constante passava seus dias.
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