domingo, 4 de abril de 2010

meus dias na india

talvez eu não me refira a nada que não esteja além de mim.talvez essa viagem não importe para o aqui e agora, tanto o meu quanto o seu. mas que a diferença possa existir se a memória que persite me fizer existir menos triste ou menos confusa ou ansiosa.

estava eu alí, avião enorme do tipo enorme algum boing onde as cadeiras no meio são quatro e as laterais sõa ocupadas por três cadeiras. cadeiras, não poltronas confortáveis, mas nem tanto praquinze horas de vôo. mesmo que o desconforto fosse muito mais interno do que a parte de cima da poltrona que nem se encaixava no pescoço e nem na cabeça. sinto uma vontade enorme de parar por aqui.vou alí. e já volto.
o sol está se pondo, um calor infernal.são paulo e prédios e poluição, fim de tarde na vila olímpia. de frente para o nada. no avião havia uma família libanesa e várias outras, a parada em dubai é uma escala para o mundo oriental, primeira frota a sair do brasil. informações. a mulher está sozinha, de frente para o nada e eu sorrio para ela. para onde ela vai, eu pergunto, e ela diz que vai com sua família para o líbano, e eu? eu vou para a índia, que delícia, ela diz, e diz de novo ao seu marido e filhos quando chegam para ocupar as outras poltronas ao seu lado. parece que a índia já carregaem sí alguma idéia para cada pessoa. antes mesmo de saberem como devaser ao chegar lá.. eu pareço me alimentar dessas idéias dos outros, mas na verdade sei também que estou indo e o que o mais importante é minha ida, antes da idéia da índia. ao meu lado, um adolescente joga todos os joguinhos disponíveis ao seu dispor, e não dá a menor atenção a ninguém mais.ou pelo menos assim me parece. se levanta duas vezes para ir ao banheiro, passando pela irmã e aquela que pensei ser sua tia. horas depois de vôo, essa tia, que na verdade vem a ser sua mãe, troca de lugar e se senta então ao meu lado e tinha os olhos tristes. começamos a conversar, eu provavelmente começo falando do garoto, acho que sim, e ela a perguntar para onde estou indo, e começamos a conversa. esta estória pode interessar a poucas pessoas, poucas mulheres, eu não quero tomar partido mas escrevo mesmo assim eu para dizer algo que talvez não interesse ao outro, se esse outro não fizer parte de mim. e esse outro no momento quer parar e fazer outra coisa de novo.quero falar das mulheres abandonadas, das que se sentem assim, e de como esse processo vigorou em mim e de como ele saiu de mim. pronto ja disse o comeco o meio e o fim>? nao so o inicio e o fim, mais ou menos ainda. eu não posso postar isso.nem minha advogada me defende ou toma partido, ela faz questão de dizer. eu de me expor. mas é no silêncio longe daqui que me entendo. daqui a pouco eles vem buscá-los. o casal vem retirar os filhos. se aquilo fosse verdade se aquele ciclo realmente estivesse completo e renovado seria diferente.

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