eu escrevo para aguentar.talvez devesse era silenciar, já que quanto mais escrevo mais cultivo meu estado de nervos em desacordo comigo mesma. então um primo manda fotografias de quando eramos amigos fazendo coisas pela fazendo de seus pais que jea nem me lembro mais. eu mesma encontro aqui uma fotografia de mim mesma aos sete anos, sorriso inocente no rosto. corta.filhos no quarto. brincam entre sí. não fomos no parque hoje, sair para fotografar em grupo, construí as minhas máquinas e as deles também. máquinas feitas com caixas de fósforo. mas parece que naquele sorriso estava também um tanto de acomodação.de auto sacrifício pelos outros que não se sacrificam por nada que não lhes interesse. filhos são preguiçosos. começo a acusar.mas eu também sou filha. então eu rejeito minha mãe, a avó que liga para convidar para o almoço, obedecendo o papel. tudo previsível, se eu não fosse ao passeio, com dia chuvoso e nublado ( e minha mãe diz, com um dia como hoje? e eu podia ter respondido e para que inventaram os guarda chuvas? que gente desanimada. mesmo com capas e casacos? ) eu já irônica e raivosa ao telefone digo claro eles vão almoçar aí sim, mas eu não levo, porque eu não quero estar aí, mas em outro lugar. mas e que outro lugar é este? se eu fiquei aqui em casa justamente obedecendo a velha regra de que se está frio, criança não sai de casa, e então fui ficando fazendo chocolate quente, e ficando mais um pouco e mais pouco, botando pano morno na raiva e acreditando que pensava em afinal deixa o outro dormir, adolescente tem sono, e deixa o pobre dormir até quando quiser. mas não aguento, eu sinceramente só vivo de aguentar. talvez na fotografia 3x4 eu tenha revisto um pouco da felicidade que há em mim, sim porque eu acredito nela mas preciso desaprender tudo o que aprendí. e não preciso achar que está certo assim. afinal chove lá fora.
e daí?
eu queria poder dizer só e ter gente não para rebater, mas para caminhar junto. quem sabe o parque fica mais lindo porque eu não estou lá, eu admito, também tenho a preguiça de estar lá,de sair. isso vem de família. quando cheguei da índia nem ao aeroporto foram me buscar meus filhos que estavam com a avó e o motivo era também a chuva. não admito mas fui criada assim, com esse jeito de olhar a vida pela janela e com medo. talvez eu ainda tenha esperanças. mas preciso de fincar um pouco os pés na realidade. numa realidade mais feliz, de tomar um banho morno depoisde um banho de chuva. porque nessa estou mais para uma pilhade nervos, uma panela de pressão ou coisas do tipo. de vez em qunado acalmo e me digo, deixa para lá, mas aí vem de novo a vozinha dizendo mas por que não? porque não posso?
então a genet vai reproduzindo e multiplicando neuras, assim ninguém sai do lugar.
e ninguemm diz e daí. claro a mamãezinha vai dizer, ora minha filha, você tem que arrumar a sua casa, você tem que arrumar um emprego, e quando ela fala de música ela nunca diz você tem que fazer arte, porque ela vê aquilo como uma coisa sublime, mas que é para artistas que podem, e arte e fotografia ainda lhe parecem aventura de criança desobediente e eu obedeço a ela, as vezes quero agradar tanto que me sinto uma completa idiota dizendo para mim mesma que a aventurade criança para outra hora, e dessa forma ela nunca deixa de ser uma coisinha a toa, nunca vira coisa de arte séria. esse mundo de adulto é um porre. mas infelizmente eu hesito, e me imponho as obrigações todas. alimentar, dar banho. e tudo mais mais.
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