ele não é apressado. ele não se agita. ele adormece ao seu lado vigilante .ele cuida e ele entende. ele fala e ele escuta. ele me move e me educa. ele me ama e eu o amo. ele conhece os erros e as faltas. ele é a alma companheira que me diz em silêncio o que preciso escutar. o amor ideal existe. e está aqui.
eu vou encontrando o equilíbrio e torneando entre os desequilíbrios e falhas a minha criação, a minha vida.
imagino assim: o amor ideal. ele é um ceramista que molda peças no seu torno. no torno, para que se inicie qualquer forma, é preciso antes de mais nada, que se busque o centro, do próprio corpo e do seu mover. e é algo muito concreto, pois se a massa sai do centro a peça se deforma toda, faz como que se amoldar no desequilíbrio evidente. então se coloca a massa de novo, e você, com o peso da mão, com a direção que pode dar faz aquele objeto único, que depois terá ou não uma função. E dalí saem vazios, espaços abertos para receberem líquidos aquosos ou leitosos. E dalí beber a sede, encontrar a saciedade ou a satisfação. Eu pediria emprego em seu atelier, começaria pela tentativa, de início impaciente e aprendendo a paciência seria talvez o primeiro estágio e depois o segundo passo, o de colocar a massa no centro e depois de muitas tentativas, o entendimento. E então, finalmente faria pequenos giros sobre mim mesma e sairiam dalí colunas infinitas com protuberâncias diversas que me levariam muito longe no sentido do alto assim como a árvore vai subindo e traçando com sede de sol e luz buscando o alimento para suas folhas, delineando a direção vertical a partir dessa vontade do alto, como da chama que sobe, em busca do calor máximo. A raiz trazendo o vigor da terra que vai se deslocando qual veia de madeira num caminho de armazenamento e uso dessa força e assim utilizando a energia necessária para o passo de cada crescimento.
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