sábado, 31 de outubro de 2009

vazia/ cheia

um dia eu o ví vestido em sua própria pele e assim sem graça pelo seu desnudamento porque afinal não se prepara para o encontro não se vale de disfarces como se vale quando sai vestido para reuniões de trabalho e porque a estória se repete de forma diferente e passeios no parque se dividem entre ser e não ser eu me vejo inserida de um modo estranho nesse seu nú particular preciso demais para alguém como eu que se faz de atalhos o tempo inteiro, e então talvez ele me desse novos caminhos, mas atarefado e atribulado, escolho uma distância pensada. eu que me vestí para estar nua comigo, estava no instante seguinte me defendendo da invasão alheia. eu que quando fui levar um filho na casa do amigo ( me dei conta de que não cuido do outro também) e percebí o sentido de uma felicidade anunciada por outros caminhos, talvez mais gostosos e tranquilos, numa idealização da família aberta, percebo que não sustento nem aquele amigo alí como amigo e que há uma culpa idiota que impede a fala e eu lhe devo uma pequena grana e mesmo aquele namorado que eu também chamo de amigo alí e como compartilhar momentos gera um sentimento mais pleno de ser mas eu aqui e isso tudo que tenho sido não passa do espelho de um grande egoísmo no qual também fica valendo não tomar nenhum partindo, gerando insegurança e desestabilidade angustiante e perpétuos. isso sim é sinal de não se responsabilizar por nada, sejam eles atos loucos, insanos mas que eu sustente de alguma forma. e de novo disperso energias nesse caminho que não é o do meio, atos que se pensam a sí mesmos para demonstra um orgulho depois revelado ocmo inseguranca pensamentos indesejados e não planejados. mas eu hoje percebo que há pessoas que se desnudam em suas almas e que existem princípios alí postos dos quais eu também me desencontro, e subitamente aflita com esse outro eu que de tua barreira duvida vislumbro como um pouco de felicidade seria bom. e me recordo de um aniversário que já passou e comemorado de uma forma que me pareceu insustentável. um filho faz catorze anos e eu não me habilito a fazer uma festa do jeito que for, do jeito que der, com os amigos que tiver. e vou construindo uma estranha depedência do laço materno, no qual me enrolo toda e disfarço e me destorço e peço para ela acho que estea certo jsutifico assim faço o bolo na casa da avó e chamo a madrinha dele e eum amigo e afinal não era nada disso o que aconteceu porque essa avó não imagina e que mesmo ela solícita não vai preencher esse vazio do meu ser mãe mais desencanado que não ocupo e então me culpo e me culpo, e nada se completa e tudo acontece a contragosto namoros que não existem se tornam um peso existente e dúvidas que persistem o tempo inteiro. eu aqui, de novo, o mar a praia que não alcanço eu pensava mesmo isso quando era criança fins de semanas garantidos por natureza e ar puro a fazenda e as árvores que me protegiam e se isso seria sempre assim mas parece que não. pegar a estrada não é tão fácil assim como atravessar o outro e ser eu ainda assim. sentí uma vergonha assombrosa de tudo que venho sendo, esses filhos distantes, essa dificuldade em inserir a firmeza e a delicadeza no meu mundo, enfim, tantas questões que não cabem num simples lanche à meia noite ou numa esfiha apressada no meio do dia. quanta vontade de ser. e meu pequeno aqui diz, mãe, não parece que a gente está indo. ps.( mas foi boa a festa ) a festa que não foi e me lembro dos meus quinze anos do vestido que não usei, minha mãe me lembra fiz um churrasco para toda a classe, mas que estranha condescendência essa de uma menina nos seus quinze anos não querer festa, será que alguém lhe propôs? sim, não foi assim mesmo, eu escolhí disse minha mãe, eu quis assim, e eu estava feliz e eu me lembro dos olhos verdes do menino mais bonito da escola a me olhar e o namoro depois que não durou muito porque ele já era sério demais e eu sabia e eu sabia que eu não ia dar conta ia ter que mostrar que a minha vida não era tão legal assim, afinal meus pais viviam separados e não assumiam isso, eu lá num apartamento tão pequeno nada aconchegante havia sido expulsa de um paraíso eu recém saída duma casa com piscina na cidade jardim, onde havia nascido e sido criada de repente estava só, comia marmitas sem entender o porque disso, e então vestiu a roupa da menina engraçada na escola, fazendo exatas e querendo humanas, estando sempre em outro lugar, como agora e sempre. e no filme de ontem essa saída da menina que está crescendo e se deparando com situações que não dá conta aos quinze anos, e é quando ela resolve ter só a sua idade e tentar viver com isso, um começo de crescimento. um cortar de laços que eu investia aos quinze e que aos quarenta vai se estirando a corda, chegando um limite e a parte da coragem que antes se sobrepunha ao medo agora se perde na parte do medo que se sobrepõe ao medo de encarar o medo. e é isso.

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