me dá medo, sempre me dá um pouco de medo, esse escrever descrevendo o que se passa quando nada se passa. e assim vou ficando enquanto o sol vai abrindo o dia, as batidas de algum martelo distante de alguém trabalhando os apitos das quadras de esportes mais próximas e uma artista com as mãos paradas de tanto pensar, repleta de informações desconexas procurando trazer para sí algum sentido enquanto escuta uma mensagem de um pedido tão desprezado que pede para ela mergullhar e afundar, ser ar, ser mar, ser peso e então ser leve ser, e deixa passar o vazio que há dentro de sí, pois já tocou flauta, mas você precisa querer esse vazio que você teme e espera porque sabe que dalí partirá diferente. e igualmente anseia e na espera daquilo que possa vir de algum lugar que não seja a sua casa, a sua rua, o seu jornal do dia, um dos inúmeros livros começados ao mesmo tempo e inacabados, assim como os constantes recomeços, releituras que a cada vez se anunciam mais apreensivas e a cada dia há sempre uma nova proposta de trabalho que não se sabe ao certo como nem porque deva acontecer, e nada acontece e tantas outras pessoas há como ela e sendo assim, já que as pessoas são assim, é o que o ar me diz, e num silêncio pedinte naquele banco do parque deitou-me por não sei quantas horas seguidas, e o que importa, afinal o que importa, fique quieta, por um longo segundo apenas, fique quieta. seja diferente do personagem daquele filme que te assustou, os personagens limítrofes, todos em busca de um algo que ao final se traduz em mais desespero e solidão. e o cara verborrágico, satírico, perdido e isso de repetir as palavras não me venha com mais esse artifício, respire fundo, pois se há drama que se satisfaça com essa ( e mesmo essa, ainda, tão, todas essas palavras que se insinuam entre as situações causando a sensação de que há algo por trás que não sabemos, sem que se queira dizer, é de um tamanho egoísmo ) enfim, toda a dramaticidade exagerada, pois se nesses excessos a vida simples sussurra, e vence, é porque as coisas simples são sempre as mais poderosas.
tenho vontade de dizer a ele que me arrependí, que me arrependí de abrir uma fenda enorme entre nós, que um furo dentro do peito vai corroendo as vontades singelas de um casal de namorados, de um casal que quer e que não sabe namorar. que as coisas do amor também se aprendem e que eu sou aluna teimosa.
e hoje ela sentou-se na areia do seu quarto e esparramou-se toda deixando o sol amornar a pele até depois queimar e quando de verdade ela se perguntou quando essa ansiedade por coisas que não existem iria passar e se compra a pedra que seu pai lhe pediu já há bastante tempo se ele espera o mesmo que ela. o mar, ele que mora tão perto e que não o visita pois diz que vive já num aquário onde não há mais pessoas e talvez quem sabe se ela tivesse a coragem de sujar a sua sala, de ir em frente e de transformar sua vida finalmente ( mas é que não se apodera dela, porque pelo menos nisso eu concordo, e ouviu no rádio outro dia, que a vida se vive como se usufrui de um presente que recebeu, e que viver é esse agradecimento da vida que flui em nós, não sei, ams também leu que devemos nos apossar da vida em nós, isso faz um sentido, todos concordam ) e de sumir por um longo e necessário tempo. nunca se sabe, o que se sabe é que ela todas as manhãs acorda bem cedo para dizer ara sí que esse dia pode ser hoje assim como poderia ter sido ontem e eu que se hoje eu vou ouvir minha voz mais profunda a dúvida já promete mais um dia como os outros com vontades adiadas a maioria delas pois o que se faz a cada dia é mesmo muito pouco em face a esse eterno que promete e assim algumas coisas parecem ser mais importyantes que outras e o que chama para ver essa águas escuras e profundas ou mesmo azuis depende do céu ( curioso ao invés do céu, leu cú, o que pode ser também, sendo outro ponto de vista claro mais escatológico, perverso e dolorido) e do sol das chuvas essas coisas todas que não acontecem dentro dos aparmentos frios e grandes onde ela passaem frente e imagina vidas tão perfeitas boas que nem sequer ousa querer existir sua vida mesmo como? esfacelada, sem acreditar enquanto eles são felizes. e nessas hora ela também rejeta esses pensamentos maléficos que só lhe distraem da felicidade ao alcance também dela, mas é que ela se pergunta como pode ser assim tão displicente enquanto há pessoas cuidam de suas plantas e tem sempre um bolo à mesa e se há no mundo crianças que brincam felizes e de pés descalços enqunato suas babás olham para suas vidas e que largar exatamente tudo que se pretende importante pode nem ser tão imprescindível ela não sabe ainda porque como eu mesma já disse inúmeras vezes ela vê a aulas e professores como sendo pastos secos dentro donde se extrai sempre a mesma grama pálida mas ela tenho que e eu ainda não e afinal eu me sinto mesmo culpada esse aprendizado que precisa desprender para começar a sentir-se diferente de sentir-se em débito, numa miséria infeliz rodeada de pequenos falsos luxos, e as mulheres bem sucedidas quem são elas e como ser uma delas, ao invés dessa que foi chamada indelicadamente de ser um menos na minha conta, ainda bem que ele esquece, eu não o denunciei mas aqui o faço esse marido que se encontrou com uma mulher com quem divide agora conta e ah sinceramente não quero mais falar sobre eles que fui considerada uma irresponsável por ter realmente sido, mas ele não sabe que a minha irresponsabilidade falava dessa incerteza, que ela ainda precisa existir e se esgotar para depois de tudo serem consideradas as possibilidades de contentamento, e, mas nada disso, ela me diz, calmamente tudo o que consigo fazer é abrir a porta e vislumbrar esse ar que corre do lado de fora ou de sentir a brisa qu vem da varnada manhã adentro e que me aguarda dizendo palavras mais nobres e novas como não se violente dessa forma se isso não vem a ser uma masturbação mental não conhece outro nome que melhor traduza mas como, ela se pergunta e ela já sabe, a resposta ainda é o mar, mas o mundo a vida é esse eterno devir e as coisas em que se metem e as coisas que falam por ela, e ela que se substitui a sí em todos os momentos ouvindo indagações de outros como se fossem as suas. misturada como uma mancha de café que não sai da roupa, ou melhor, isso não pois isso seria uma marca, ma sim como a a tolha branca que ficou azul pela meiazinha nova que caiu do varal, um pé só no exato instante que a empregada foi atender o telefone e que tingiu todas as roupas de azul, a calça do pijama, as cuecas e bem pelo menos isso é o que elas dizem, qunado dizem porque a maioria delas ainda disfarça esses acontecimentos acidentais de uma lavanderia como pequenos crimes cometidos e por elas já quase que justificados, tanto trabalho afinal, essas desculpas que a gente aceita algumas vezes mas pelo menos diz a sua mãe, pelo menos, ela ouviu de sí na terapia que esse pelo menos é um sinal de que ela sabe e eu sei e todos sabemos que há aqui uma falta desmedida de intenções e de honestidade para consigo, e por isso ela deixou de ir à terapia, porque percebeu que concorda mas se aflige de ouvir isso todas as semanas, então, quem sabe, precisasse de um tempo para deixar-se falar e ouvir-se a sí prória vazando e escoando o excesso e essa parte vazia permanecer um pouco , talvez agora ela saiba que tudo não tenha mesmo a mesma importância, e que a importância em tudo talvez seja a atenção dada a cada coisa em seu momento de existência, e assim como lavar a roupa, pode ser significativo como passar a manhã sentada ou deitada ou caminhando ou desenhando ou se entregando a quem e assim mesmo como nadar no quadrado azul da piscina tratada de águas limpas ela possa querer assumir que aceita esse nada que é, e que se cansu de parecer tão ocupada e tão inteligente quando não sabe a causa de tudo, e que ouve muitas vezes a mesma música para poder sentir-se assim, para dizer para sí, para ser a mãe emotiva ou que castiga, o que dá no mesmo e/ ou lembrar-se de que a cada coisa por fazer há antes um ser que se perde e se encontra dentro de cada movimento saindo assim da atenção que paralisa o seu viver, talvez as duas atividades venham ao seu encontro da mesma forma pacífica e necessária um dia, quem sabe.
2 comentários:
Penso que o caminho é o prazer. Encontrá-lo nas pequenas tarefas. e, quando é preciso delegá-las, o prazer é encontrá-las prontas. Defeitos fazem parte. Serve para toda vida? penso que sim! Se eu consigo? Tento!
vc beira uma Clarice...
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