domingo, 5 de julho de 2009

revelações inventadas

eu ía sair. mais um pouco de mim. as duas perninhas brancas, lado a lado balançando na cadeira. a lua despontando por trás do poste enquanto o farol ainda vermelho. a ida ao supermercado próxima a objetiva a lente\uma troca o frango quatro sobre podres. retiro o filme: a troca. um filho treze vezes. uma brincadeira precisa, a vida é também uma ida a um outro lado, aquele justamente não revelado. detrás da lua há outra lua e do sol um sol mais ardente. como que o outro plano e uma vertigem de estar viva e agora. e que só uma viagem que não posso fazer não responde o desejo da viagem que quero fazer. me demorar um pouco mais. deixar as roupas e os móveis pra trás. e se mover pra bem longe como uma esquina em veneza onde nem todas as sessões de terapia chegarão. mas a volta para o mesmo lugar pode ser uma recompensa, o alívio de se descobrir aqui, pequenos danos que uma ida ao supermercado, drogaria e locadora não fazem. escrever pode ser um meio. agradeço a deus. mas ainda assim, continua, o que pode ainda acontecer nessa noite e que pode não ser nada demais, como por seu filho na cama no horário certo?
um pequeno paraíso.


(na conta os quarenta e um reais e seis centavos esperam o depósito da pensão, esperam o atraso sabido, há que se dar um desconto do passeio do ex-marido com a nova mulher ele, que deve voltar de viagem só na segunda feira quando talvez se lembre, infelizmente, ele diz, dela que alividada igualmente, mal agradece, enquanto faz as refeições dos dias com os filhos por quinze dias. ) detalhes compensatórios que atrasam a vida dos usuários em questão.


e nunca a caixa postal abre com a mensagem que precisamente quer receber.

pode-se inventar, sempre.

Um comentário:

sinval garcia disse...

recorrências...desvios...passado fundindo sempre ao presente. quase uma fotografia / estática! mudanças urgentes.

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são paulo, sp, Brazil

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