dói mas aguento, eu caí no chão e por isso manco. cair na rua é quase o fim. você obstaculo de passagem. e o cinema esperando a hora do filme, eu que ía. mas eu consigo, chego mesmo assim, um pouco pálida mas nem é o caso de chamar quem vou mesmo é ir ficar pra ver . ser a rosa do asfalto e dormir em paz. no cinema a festa da menina morta a lei humana e a divina tudo se cruzando, horrores e delicadezas. no cinema era só eu e o projetor e a gente toda esperando o filme acabar pra irem pras suas casas. e o que eu quero dizer é que não era nada a gente é nada mas tem tanto valor , tem um corpo, uma história e uma memória. fiquei um muito desconcertada, mas depois me dei conta do que tanto fazia, se eu era paisagem pros outros assim como os carros ou não. O eu me levantar é o que importava, ainda era eu alí, talvez pros outros, pode até ser, mas pra mim , isso digo, o importante depois da queda, é que eu fiquei mais eu.
a gente as vezes precisa beijar o chão pra chegar no céu.
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