meu bem sinto sua falta, venha morar comigo, vamos acordar juntos, nos demorar em tudo juntos, ver a vida passar e fazer parte dela, como seria bom. principalmente se a realidade não existisse. ah mas isso é tão simples, a gente constrói outra, não é assim? não se faça de vítima, por favor, talvez tudo isso passe, assim como passa a dor, o medo, o susto mas a saudade não, talvez um dia quem sabe, se ele existe, o amor chegue. por enquanto prevalece um modo sádico como vês, eu leio revistas femininas, conto de você a estranhos, familiares e amigos, assim como você aos seus, temos nossas conversas e vou a todos os lugares com o mal me quer bem me quer na cabeça, e não é nada pessoal, mas é absolutamente necessário ser assim. sempre fiz assim, me repito infinitamente, como se a escolha não me pertencesse. Deve ser que nunca parei para aprender isso, que o amor se constrói aos poucos.
inspirada e enjoada.
acho que agora chega.
9 comentários:
traduzir é uma negociação, diz umberto eco. bem, deve saber o que fala. uma dificuldade, ou desafio, da tradução, são as 'expressões idiomáticas' - as gírias. antônio houaiss afirma que para uma das passagens de ulisses, buscou gíris paulistas dos anos vinte, para se aproximar (essa palavra com xis não é estranha?)das gírias irlandesas do começo do século. será verdade? será que precissava tanto?
tem gente que odeia gíria, que é um empobrecimento da língua. (engraçado, voltei a escrever de forma professoral...). eu, pessoalmente, gosto.a gíria cobre espaços da língua. nenhuma palavra tem sinônimos. por exemplo: 'causar'. gosto. "ela só fez aquilo para causar". como poderia ser dito melhor? no Jogo da Amerelinha (aruela, se não me engano) do cortazar (the best of the best; vc tem que ler esse argentino!) - cujo título já é uma expressão linguística) (estou ficando oral novamente. é o assunto: a gíria só funciona na fala), uma das personagens fala o tempo todo 'tão'. "vc é tão." "Esse lugar é tão" etc e nunca completa o tão. o que é muito legal, é tão.
uma das novas é 'pesar'. "fulano e sicrano estão pesando." é uma forma boa de (se) explicar, sem muito ofender, sem muito conceituar e, também, passível (é verdade: como uso termos arcaicos! e, pretenço, falando de gírias!esquizofrênia, em termos técnicos. 'colão' - que cola dos outros, na gíria) de resolução. i.e.: deixar de pesar é uma possibilidade.
a questão: se a gente sabe que pesa, porque continua pesando.
Vc patríciab, na sua fala, deixa a idéia que é 'uma pessoa difícil' (gíria dos anos 70). Um amigo meu falou me disse que "para vc (eu) tudo é difícil, tudo é, pelo menos, um labirinto". tento, desde ai, simplificar etc. mas não dá resultado. complico. sempre. como dizem os jovens hoje: 'é um cara sistemático' (uma das gírias mais complicadas). i.e.:atua sobre uma lógica 'errada'.
conhenci família e amigos de x pessoa. a x pessoa ainda é um x (não é gíria, mas uma analogia matemática). isso me obseda (q bela palavra!). falo de x o tempo todo, tentando entrar em seu muito particular mundo.
todas as pessoas - incluindo familia e amigos meus e de x - parecem infinitivamente fáceis, previssíveis (sim, é o roberto mal falando), perto de x.
pesar, na gíria, é ruím. eu me sinto, quase o tempo todo, pesendo. porém, também é densidade. ´para os jovens, não existe um 'pesar positivo'. penso num termo assim, para vc, mas não acho. eu peso. patricib pesa. mas faz pensar (parece comercial de tv).
quando traduzir essa coisa - que é x - , eu e amigos & família, talvez qualquer coisa. assim tipo
sobre família & amigos & profissões & futuri & dinheiro &odiar melquiades
existe um vazio. dentre as portas de saída - que não acho - poderia sair pela entrada?existe o vazio, deep. atração pelo abismo, acho que é uma fobia. essa maldita sensação de que nada é importante. nem familia & aquilo tudo, aquilo tudo que importa. devia importar. é importante... de onde vem essa palavra? importar? aquilo que vem de fora?o que é de fora importa. deve ser isso. o que vem de dentro incomoda, provável. o que vem de fora é bom, já está feito e definido. pegar e usar.
pegar e largar.
minha rotina é a tradução de medriocridade.que é o médio. é como todo mundo quer ser: médio, quase sinônimo de comum.
vc quer ser isso? sua fala me diz que quer ser, mas não acredita muito, ou nada. ter emprego, ser mãe, filha, profissional, ter agenda - tão bonito ter agenda. horários. deep
querer fazer (que horrível cacofônia) o que nos faz mal. droga.
nunca namorei. não sei o que é, só em teoria. meu primeiro beijo foi aos vinte anos. sequer tinha segurado na mão. Nunca abraçei minha mãe e nunca beije meu pai. tentei melhorar isso com minha filha, mas, para me afastar de qualquer tipo de afeto, acabei virando uma espécie de amigo de turma. agora, procuro, aos trancos e barrancos. amar não me compete. e talvez também à vc. tenho tanto para fazer.administrar vidinha.sou o síndico de mim mesmo (frase de tom jobim).tenho um cortiço para tomar conta e um vazio imenso para me jogar. deep.
arte cura?
separação, o tema disso tudo
me separei a cinco anos, aos trinta e cinco, tinha quatorze anos de casado. quando ficamos juntos fomos para olinda e lá conbinamos de ter uma filha. Sim iria ser uma filha. devo ser a última pessoa do mundo que casou sem a companheira (era o termo que se usava, na época) estar grávida. Deve ter sido, também, a última criança a nascer de um acerto consciênte. Filha é a continuação da mãe. se a mãe é calma, a filha é calma etc. independe da cultura. nós homens temos que fazer o diabo, de pirâmides a eurotrêns, para deixar nossa marquinha. as mulheres não: basta a filha, que ensinam a namorar, a chorar e brigar e como fazer coisas.
queria uma filha homossexual. eduquei bem. afinal, é minha profissão. não gosto de homens.
ah, sim, a separação. foi horrível, como toda separação é. brigamos decisivamente na noite de natal. estava mais ou menos previsto, por mim e por ela. não tinha como passar dali.
vi bastante separações, desde então. é uma rotina contemporânea. namorei uma pessoa muito legal que se separou do marido, enquanto estávamos juntos. acreditava que ele era um 'bosta', que nem vida tinha. logo logo ele aparece com uma namorada. bem, ele já tinha namorada, só ela que não viu. e não foi falta de aviso (mais ou menos nelson rodrigues). esses casos se repetem. quando a gente é próximo, tendemos a sofrer juntos. separar é horrível; separação de amigos também; apesar de ser já uma rotina - ver relacionamentos terminarem, sem ninguém saber exatamente porque - ainda ficamos incomodados (eufemismo).
minha ex, dóris, carrega um monte de marcas que lhe talhei. ela vai se livrar disso? talvez. clichê: normalmente, o homem se sai melhor, na separação.
que poço infindo que foi sua separação, patríciab! quantas corrente, ganchos, presilhas e rebites vc parece carregar! tudo parece girar em torno disso, incluindo família & amigos e sicranos.
o amor acaba. entre uma gole de café. o amor acaba, passando por ipanema e os túneis do leblon. o amor acaba. (acho que é de fernando sabino)
nosso caso de amor, doentiu caso de amor. todo dia, um tormento, toda noite uma despedida. (edigar, do Ira!)
ps. penso no felipe-amigo que, como eu, não poderá engravidar.
um bolero (domingo, oito horas da noite):penso em vc todo o tempo
imagino frases que ouço com a sua voz, me preocupo o tempo todo; está sozinha? porque não fiz nada? não participo, não estou ai;
como fazer? me perco na rua, andando, falando com outros
sempre é você/você/você
beijo no seu machucado, quem vai dar?
cobrir, pôr a água no fogo, atender o telefone
sozinha? quero ser necessário
mas não sou
contrário, eu precisso de você
mais uma criança, mais um filho
não vou ser vítima, não é isso
é uma dependência que você não tem
e anda por ai e tem suas coisas
você não precissa de mim
choro que nem menininha, com a vontade de ser necessário,
(nós adultos não precissamos de nós adultos)
tudo vai dar errado, sempre
tudo é maravilhoso, no mínimo
no mínimo, a vida tem que ser maravilhosa
cada pessoa é uma estrela
patríciap sol/ estrada de tijolos amarelos/bruxa má do leste/bruxa boa do meu sul/
a vida te admira, creia
não entendo no que uma resposta sobre tradução se refere a minha fala, talvez traduza muito bem o descompasso de nossa relação, um deírio verborrágico seu. e vc é necessário sim, saiba você, mas como você mesmo disse, não está aqui, Quanto às separações comentadas, vejo que impera em você um machismo atávico, acha que se deu melhor na separação, não repara as farpa que acusou na sua ex-mulher, e pior, tenta arumar as suas próprias farpas, mantendo uma falasa amizade que inconscientemente diria vai muito longe disso. Lí hoje num livro uma fala de um marido para a sua mulher que você repetiu ipsis literis com a sua filha: Há algo que eu deva saber? Tamanha a invasão, que a menina virou sapatão. Faça o que quiser, haja o que houver, ainda preciso de um Roberto que está aí, se escondendo de si memso, Não sei se o encontrarei de verdade algum outro dia.
não entendo no que uma resposta sobre tradução se refere a minha fala, talvez traduza muito bem o descompasso de nossa relação, um delírio verborrágico seu. e vc é necessário sim, saiba você, mas como você mesmo disse, não está aqui, Quanto às separações comentadas, vejo que impera em você um machismo atávico, acha que se deu melhor na separação, não repara as farpa que acusou na sua ex-mulher, e pior, tenta arumar as suas próprias farpas, mantendo uma falasa amizade que inconscientemente diria vai muito longe disso. Lí hoje num livro uma fala de um marido para a sua mulher que você repetiu ipsis literis com a sua filha: Há algo que eu deva saber? Tamanha a invasão, que a menina virou sapatão. Faça o que quiser, haja o que houver, ainda preciso de um Roberto que está aí, se escondendo de si memso, Não sei se o encontrarei de verdade algum outro dia. Há coisas que verdadeiramente odeio em você e não ao mesmo tempo, porque dependem de um amor extremo que talvez não sinta, ou sinta, e que são verdadeiras bobagens replicadas a todo o instante que pedem de mim um ser insensatamente fiel a alguma outra ordem, que também pede por existir. Soube por você que o vinho português é um vinho do porto, e vc dizendo isto sem a menor cerimônia, se justificando como sendo um não conhecedor de vinho, um não apreciador e mesmo assim explicando que é assim que as pessoas o chamam. Enfim, pequenas idiotices. Há outras piores, como se recusar a corrigir suas postagens e justificar ignorância. Algo que me incomoda mas também o enaltece. Devo afinal admirar você infinitamente, amando cada um dos seus erros, como uma boa menina, ou me deixar levar pelo desencanto de ser só?
Sabe as mulheres saem das separações Roberto, tão ou igualmente machucadas a vocês homens, apenas apreciamos mais as nossas feridas, e se as expomos, é para que se curem, tomem ar e um dia se sequem. Não preciso de brios para me mostrar, não sou galo cantando nova manhã que se anuncia, acordo de mansinho e quieta, ao menos quando estou sozinha.
Conheço vários, sendo o primeiro o meu ex-marido, seu ódio e indiferença por mim denotam um sentimento não resolvido, atravessado e mascarado dia a dia com vestes de abundante felicidade ao lado de sua mulher. Com ela divide meus filhos, comigo não.Vai ver que eu era uma barriga de lauguel pros dois aproveitarem a vida em família. A mim foram reservados os fins de semana. Migalhas que aproveito muito mal. Você completaria em mim a possibidade de eu ser mulher, mas também você e suas cervejas me cansam, me entediam e me compadecem de você.
Não venham me falar da minha dor. Da minha dor sei eu, como disse Lya Luft na perda de seu segundo marido, o psicanalista Hélip Pellegrino.
não entendo no que uma resposta sobre tradução se refere a minha fala, talvez traduza muito bem o descompasso de nossa relação, um delírio verborrágico seu e meu somado à duas solidões extremas. E vc é necessário sim, saiba você, mas como você mesmo disse, não está aqui, nunca esteve quando eu precisava, assim como nunca ninguém esteve ao meu lado para valer. Quanto às separações comentadas, vejo que impera em você um machismo atávico, acha que se deu melhor na separação, não olha com cuidado para as farpas que provocou em sua ex-mulher, e pior, egoista e maliciosamente tenta arrumar as suas próprias criando uma falsa amizade onde inconscientemente diria que vai algo bem longe disso. Lí hoje num livro uma fala de um marido para a sua mulher que você repetiu ipsis literis com a sua filha: Há algo que eu deva saber? Tamanha a invasão, que a menina virou de lado. Faça o que quiser, haja o que houver, ainda preciso de um Roberto que está aí, se escondendo de si mesmo, brincano de homenzinho. Um Roberto que me apontasse a desumanidade em mim, mas que também fosse meu companheiro. Não sei se o encontrarei de verdade algum dia. Há coisas que verdadeiramente rejeito em você (e ao mesmo tempo não) , porque dependem de um amor extremo que talvez sinta, (ou sinta) , e que são verdadeiras bobagens replicadas a todo o instante que pedem de mim um ser insensatamente fiel a alguma outra ordem ilógica mas sensível, que também pede por existir. Soube por você que o vinho português é um vinho do porto, e vc dizendo isto sem a menor cerimônia, se justificando como sendo um não conhecedor de vinho, um não apreciador e mesmo assim explicando que é assim que as pessoas o chamam. O que é ótimo. Enfim, pequenas idiotices, com o perdão da palavra tão agressiva. . Há outras piores, nestas horas eu me odeio, pelo péssimo tratamento, pela humilhação, mas também você seria humilhante aceitar o que sei como se não o soubesse, como se recusar a corrigir suas postagens e justificar simplesmente ignorância, ou pura preguiça. Algo que me incomoda mas também o enaltece. Devo afinal admirar você como a todos os outros, infinitamente, amando cada um dos seus erros, como uma boa menina, ou me deixar levar pelo desencanto de ser só?
Sabe as mulheres saem das separações Roberto, tão ou igualmente machucadas a vocês homens, apenas apreciamos mais as nossas feridas, e se as expomos, é para que se curem, tomem ar e um dia se sequem. Não preciso de brios para me mostrar, não sou galo cantando nova manhã que se anuncia, acordo de mansinho e quieta, ao menos quando estou sozinha.
Conheço vários, sendo o primeiro o meu ex-marido, a carregar ódio e indiferença denotando um sentimento por mim não resolvido, atravessado e mascarado dia a dia com vestes de abundante felicidade ao lado de sua mulher. Com ela divide meus filhos, comigo não. Vai ver que eu era uma barriga de aluguel pros dois aproveitarem a vida em família. A mim foram reservados os fins de semana. Migalhas que aproveito muito mal. Você completaria em mim a possibidade de eu ser mulher, mas também você e suas cervejas me cansam, me entediam e me compadecem de você.
Não venham me falar da minha dor. Da minha dor sei eu, como disse Lya Luft na perda de seu segundo marido, o psicanalista Hélio Pellegrino.
" tenemos que recuperar la fragilidad que es la fuerza más grande que nos permite amar". Alan
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