segunda-feira, 23 de novembro de 2009

metade de mim

a metade que me falta. faco um jantar para dois e o que sobra é o mesmo do sempre: o um. o peixe assado. o que permance. aquele que não veio. a cadeira vazia em frente e a denúncia: ainda falta.
e que venha o próximo.

no café da manhã, dois pãezinhos na cesta e a geléia. tudo perfeito.

esse outro que espero sou eu. injusto seria querer de tí o que não cobro de mim. como os dois, o pão e a vontade saciada está, a insatisfação condiz com a impaciência.

ah, mas você tem que existir, talvez eu precise diminuir um pouco para que você exista.
então o apego. eu preciso dizer que te amo, sem você eu morro, coisas do tipo. e depois a posse, tem que ser você. eu te amo tanto. e as hipérboles que falam demasiado e por sí mesmas.
e as contradições: porque dizem outras verdades. meias verdades que sobram e esgotam. num mar de dor sem fim.

escrever de escrever e escrever sobre escrever. mas afinal, como se faz um conto? como se vem a ser escritora?que conversa é essa fia?
quando chega a hora em que se encontra o que quer contar e a forma de dizer? olha lá que vem vindo. e que venha o santo.

(qual alice que não cabe de tão imensa/cildo meirelles/ em sua própria casa, preciso dum daqueles biscoitinhos de diminuir pois estou caindo e caindo num buraco mais fundo e negro e que não pára de existir, onde eu sem fim, caindo e sentindo o mergulho em mim, o vento caminhando contra o corpo, eu sem celular, chip e inhotim ou um dinheiro no bolso e o vendaval e vai passar na avenida aquele samba popular e passou, passou. e eu sem mim, a continuar a cair ainda neste lugar sem fim, sem sentido e enfim, era uma casa muito engraçada, não tinha teto não tinha nada, na rua dos bobos número zero, outra vez aqui.)

obrigada por você existir. por você não desistir. pena de mim. quem tem pena de mim. vou desistir. vou tentar entender. recapitulando. o girino é o começo do papo. o silêncio é o começo do papo.


citações: do fim pro começo: arnaldo antunes, vinicius de moraes e toquinho, chico buarque e algo adulterado tom jobim.

cheia de bossa.

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