o chapéu
estava em búzios, comprei o chapéu definitivo da minha vida. durou exatamente uma fotografia, eu de perfil, a pele bronzeada num sorriso de felicidade me sentindo a brigitte bardot do pedaço. ao entrar no navio, um vento mais forte e o desequilíbrio ao subir as escadas tirou as minhas mãos do chapéu e ele voou ao mar.
a blusa.
ia a um karaoke e me encontraria com um amigo antes. celular descarregado, ficou a impossibilidade de encontrá-l o e a vontade compensar e ter naquele dia algo para eu vestir divino e maravilhoso. na loja santa constança comprei uma blusa toda florida, linda linda. a menina que vendia era negra dos filhos de pais diferentes, tinha feito moda e me vendeu a blusa falando dos valores da arte e da de tecnologia novissima e excluiva. usei naquela noite quando tambem conheci uma moça que faz exatamente a estamparia industrial. ela me explicou o porque do custo da peça e como entrou nesse ramo sendo antes ilustradora. eu dias depois, num desepero absoluto de não saber como levar minhavida adiantejoguei a tal blusa caríssima em meio a meias velhas e roupas sujas de meninos e menina. quando a empregada finalmente veio não me lembrei de avisar sobre como cuidar da blusa delicada que eu mesma podia ter lavado com as minhas mãos,uns dizem, delicadas, outras vezes fortes. mas não, achava que seu alto valor estava alto demais em comparação ao estado precário da minha vida. sendo assim a blusa foi parar no monte de roupas para lavar. e saiu da maquina tamanho ppp. nunca mais a vestirei, era só um pedaço de pano para me fazer bonita naquele dia.
fiquei pensando tanto no quanto custou a blusa que me esqueci de cuidar dela, me culpei tanto por tê-la desejado e adquirido, que me esquecí do cuidado para com ela.
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